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Barbearias e salões de beleza diversificam serviços

Barbearias e salões de beleza diversificam serviços

Com o forte aumento da concorrência de micro e pequenos negócios atuando no setor de salão de belezas (de 200 mil empreendimentos, em 2012, para cerca de 300 mil, em 2013), muitos desses empresários vêm diversificando a atividade, compartilhando o espaço com a oferta de outros produtos e serviços.


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Nessa estratégia de conquista de novos clientes, em São Paulo, Brasília e outras cidades brasileiras se multiplica o número de donos de barbearias e salões de beleza que têm investido diretamente ou em parceria na venda do serviço de cabeleireiro e explorando, no mesmo espaço, bares, lojas de cosméticos, roupas, bijuterias e até obras de arte.

Na movimentada Vila Madalena (SP), o salão Bardot Hair Soul disponibiliza mais do que serviços de beleza. Há quatro anos, os sócios Marcos Furquim e Camila Bianchi abriram espaço para comercializar roupas usadas e novas de parceiros. Nesse caso, o estabelecimento ganha comissão para expor os artigos da moda. Outro diferencial é que dentro da empresa funciona também uma galeria para a venda de obras de arte. Logo no primeiro ano, a decisão aqueceu o faturamento do negócio em 25%. Hoje, segundo Marcos Furquim, o ritmo de crescimento gira em torno de 10% ao mês. “Conquistamos 150 novos clientes mensalmente. Antes, eram apenas 30 no mesmo período”, afirma Camila.

Marcos Furquim abriu o Bardot há nove anos com um colega. Advogado e artista plástico, decidiu abandonar o Direito para mergulhar fundo nos negócios. Foi nessa mesma época que Furquim desfez a sociedade inicial e incluiu Camila Bianchi, com quem é casado. Arquiteta, ela fez algumas mudanças estruturais, como a da fachada, que também contribuíram para o desenvolvimento da empresa. Para dar conta das atividades promovidas no estabelecimento, Marcos foi buscar orientação. Ele participou do Empretec, metodologia da Organização das Nações Unidas (ONU) aplicada no Brasil pelo Sebrae. “A capacitação me ajudou a traçar estratégias gerenciais, lidar com os períodos de alta e baixa no movimento do salão e criar mecanismos para conquistar consumidores”.

A Barbearia Bastos, no bairro da Lapa, na zona oeste de São Paulo, aposta no modelo de duplo negócio. Com ar vintage, a loja tem um bar em anexo, onde se pode pedir uma cerveja gelada para passar o tempo. “Percebemos que os homens estavam insatisfeitos com o atendimento em salões unissex. A barbearia surgiu da necessidade de nossos amigos encontrarem um lugar para cuidar do visual em um ambiente descontraído”, reforça o proprietário Luiz Carlos Bastos. Analista de sistemas, Luiz conta que recebeu apoio do Sebrae para ingressar no ramo, pois não tinha noção desse mercado. Os dois anos de consultoria na instituição contribuíram para pôr em prática o desejo de empreender.

O empresário Caio Eduardo Quintão Cabral, de 26 anos, gosta do clima da Bossa Nova dos anos 60. Por isso, resgatou esse ambiente para a barbearia Dom Cabral, situada na Asa Sul, bairro de Brasília. Ele abriu o negócio em 2011 e conta que a inspiração surgiu após uma viagem aos Estados Unidos. “Encontrei os móveis antigos e fiz toda a restauração necessária. Garimpei artigos e consegui transformar o ambiente”, afirma.

Além do ar retrô, a barbearia oferece como diferencial três cervejas de brinde. Até o fim deste mês, Caio quer profissionalizar o bar e colocar à venda uísque, vodka, tequila e cervejas importadas. Para o empresário, a divulgação do serviço extra da Dom Cabral foi responsável pelo aumento de 30% no faturamento. Agora, com a abertura do bar até o final de maio, a expectativa é que o faturamento cresça paulatinamente mais 20%.

Agregando valor

“Quem empreende com dois ramos no mesmo estabelecimento deve ficar atento para que uma atividade não concorra com a outra, mas que contribua para agregar valor à empresa e atrair novos clientes”, alerta o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. Ele relaciona alguns pontos a serem observados pelo empreendedor para manter a harmonia dos negócios.

É importante que exista uma conectividade entre os negócios, mesmo que os dois setores explorados aparentemente sejam muito diferentes, como no caso da barbearia e de um bar. Os dois negócios devem funcionar de forma complementar. Quando se oferece um benefício a mais ao cliente, pode-se motivar esse consumidor a ampliar sua compra.

Também preciso dispor de funcionários qualificados para atender de forma adequada em cada uma das operações. As duas vendas não devem se confundir. Não dá para colocar o cabeleireiro preparando uma bebida e vice-versa.

Alénm disso, as contabilidades dos dois negócios devem ser, preferencialmente, tratadas separadamente. Isso permite ao empreendedor verificar se ambos os negócios são rentáveis ou se apenas um dá lucro e sustenta o outro. O ideal é que todas as atividades sejam lucrativas.


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