De acordo com a infectologista e coordenadora do Serviço de Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar do Mater Dei, Silvana de Barros Ricardo, os instrumentos de metal como alicates, levantadores de cutícula e cortadores de unha devem ser lavados e escovados e, depois esterilizados em equipamento específico, também chamado de autoclave.
“Alguns salões utilizam soluções químicas ou estufas de luz UV para desinfetar os instrumentos, o que não é totalmente eficaz em matar todos os germes. Outros utensílios de uso comum em salão, como lixas de pé e de unhas ou separadores de dedos de espuma não podem ser esterilizados e, por isso, devem ser descartados após o uso”, alerta a infectologista.
As cutículas são estruturas naturais de proteção contra a invasão de micro-organismos e a pele das nossas mãos e pés pode ser facilmente lesada ou cortada. Quando uma ferida é aberta e fica exposta ao contato das mãos de outros indivíduos ou ao ambiente, há chances de contaminação com bactérias, fungos ou vírus. Esses micro-organismos, posteriormente, podem evoluir e causar uma infecção.
As infecções mais comuns adquiridas no salão de beleza são verrugas (vírus) e micoses das unhas. “Para alguns indivíduos mais susceptíveis, como diabéticos, o risco é maior e pode provocar quadros graves de infecção bacteriana que iniciam com pequenas lesões aparentemente inocentes”, afirma Silvana.
Para evitar as contaminações nos serviços de estética esteja atento a ações dos profissionais que podem fazer a diferença. Os profissionais devem:
– higienizar as mãos com água e sabão ou aplicar solução alcoólica 70% antes de manipular pés e mãos de clientes;
– descartar toalhas utilizadas para limpeza de pés e mãos;
– utilizar toalhas, preferencialmente, brancas para que os clientes possam ver com facilidade se a toalha está limpa;
– não usar recipientes com água para mergulhar mãos e pés. O ideal é a utilização de técnicas que hidratem as cutículas sem a imersão em água;
– aplicar, com um algodão, solução alcoólica 70% em pentes e tesouras e esperar evaporar espontaneamente.
A infectologista recomenda a cada mulher utilizar o próprio material de manicure e, após o uso fazer a desinfecção com álcool a 70%. “Se a mulher estiver com alguma infecção nas mãos ou pés ou tiver feridas abertas, incluindo picadas de insetos, hematomas, arranhões ou cortes, o ideal é não utilizar o serviço de manicure”, orienta Silvana.