A procura por extensões capilares só tem aumentado no salões de beleza. “Normalmente, as mulheres que optam pelo alongamento têm pouco cabelo ou não apresentam fios muito volumosos. O novo visual dá confiança, eleva a autoestima da cliente”, acredita a hairstylist Clésia Novaes, do Studio W de Campinas (SP). E as extensões não servem apenas para tornar o cabelo comprido de uma hora para outra, não. Se forem estrategicamente posicionadas na composição do look, as mechas simulam um corte repicado e até formam uma franja fake.
Técnica democrática
Apesar de, geralmente, o serviço custar um valor meio salgadinho (alguns salões chegam a cobrar R$ 4 mil), há opções para todos os bolsos e perfis. Tudo depende, para início de conversa, do tipo de matéria-prima usada para a extensão. Se o cabelo for sintético, variação bastante utilizada para tranças africanas, o implante pode sair a partir de R$ 200. Outras opções são a fibra 100% natural, que imita o fio de verdade, e o cabelo humano.
O natural, obviamente, tem preço mais elevado não só por sua origem, em geral indiana ou asiática, mas por permitir processos químicos, como coloração ou luzes, sem que eles interfiram no resultado.
De acordo com a cabeleireira Aime Ramos, qualquer megahair dura, em média, de três a quatro meses. “Após esse prazo, é importante ir ao salão e conversar com o profissional para avaliar e evitar danos futuros à raiz dos cabelos”, explica a cabeleireira.
A perfeição exige ainda uma boa cota de paciência, por parte da cliente e do hairstylist. “Dependendo da técnica, um megahair demora de quatro a oito horas. Alguns profissionais podem levar até três dias para completar o trabalho”, conta Viviane Siqueira, especialista do salão carioca Pierre Louis.
Razão e sensibilidade
Para Luciana Alvarez, proprietária do salão paulistano Scenario e precursora do método Great Lenghts no Brasil, a especialização e a sensibilidade do profissional são mais importantes do que a técnica empregada. “O cabeleireiro precisa ser sincero e ter senso estético apurado para mostrar à cliente o que pode ou não ser feito”, diz. “Às vezes a mulher chega com uma ideia no salão que não combina com seu perfil ou estilo de vida. Exemplos clássicos são clientes de estatura baixa que desejam exibir um cabelão ou aquelas que têm um dia a dia corrido, são práticas, aceleradas. O resultado do megahair não vai agradá-las, pode apostar”, afirma Luciana.
No quesito estético, ela lembra que o cabeleireiro deve analisar com cuidado a cor e a textura dos fios da cliente, para que as mechas sejam bem próximas da realidade, e nunca deixar de fazer um bom corte para finalizar o processo. “E ele precisa lembrar que estará cortando um cabelo com extensões, portanto o processo deve ser diferente: o ideal é deslizar a tesoura, e nunca desfiar. Isso vale até para looks curtos”, avisa. Já Aime Ramos lembra que o cabeleireiro deve ficar atento à quantidade de fios e de mechas a ser usada pelo profissional. “Colocar cabelo além do que a raiz é capaz de suportar pode provocar danos e falhas no couro cabeludo”, destaca.
Valor agregado
Os especialistas são unânimes: oferecer o procedimento no salão atrai a clientela e agrega valor a qualquer estabelecimento. De acordo com Rose Gonçalves, consultora da Assessoria em Beleza, de São Paulo, o serviço pode e deve ser explorado pelos salões que atendem o público da classe C.
“Basta deixar o preço acessível para conquistar as clientes com poder aquisitivo mais baixo. Existem muitas técnicas no mercado hoje que podem responder às necessidade tanto de qualidade quanto de preço atrativo”, diz. Como o custo com a matéria-prima já faz parte do valor cobrado, a casa pode lucrar entre 40% e 50%, segundo estimativas de Aime Ramos.
A hairstylist Viviane Siqueira ressalta que conhece vários salões classe C focados em megahair. “Geralmente investem no entrelace ou trançado, que custam menos, e são bem-sucedidos”, conta. E Luciana Alvarez, do Scenario, reforça que o aumento do acesso ao consumo, que atingiu essa fatia nos últimos dois anos, facilita a realização do serviço. “Muitos salões que trabalham com cartão de crédito podem permitir o pagamento em várias parcelas”, comenta. “Alongamento é uma técnica capaz de atingir todos os públicos”, finaliza.
Para o alongamento durar
*De acordo com Aime Ramos, os fios devem ser desembaraçados sempre antes da lavagem. “É importante orientar a cliente para que evite aplicar creme ou condicionador na raiz. Finalizar está liberado, mas ela só deve aplicar o produto nas pontas”, ensina Aime.
*“A lavagem do couro cabeludo deve ser cuidadosa para garantir a higiene e não embaraçar demais o alongamento”, diz Wilson Eliodorio, hairstylist de São Paulo. É fundamental, portanto, ensinar a cliente no salão como fazer a higienização correta em casa.
*Alongamentos à base de cola são incompatíveis com água muito quente e secador direto.
*Nas extensões de fitas com tranças ou microtranças é importante que não se retenha água.
*Pente-fino, jamais, pois pode arrancar as mechas! Aconselhe a cliente a investir em pentes ou escovas próprias para megahair, com dentes mais largos.
*Se a extensão exigir coloração para se igualar à nuance da cliente, faça a química antes do implante.
*Para evitar fungos e outros problemas dermatológicos, é proibido dormir de cabelo molhado. “Aliás, esse conselho serve também para quem não tem alongamento”, ressalta Luciana Alvarez.
*Fios sintéticos não combinam com mar nem com piscina.
TIPOS DE TÉCNICAS
Queratina
É a mais moderna e recomendada de todos, pois permite um resultado natural. “Também agride menos os fios e não conta com o risco de formar fungos”, afirma Clésia Novaes, do Studio W. A queratina é aplicada no cabelo postiço dividido em mechas que, com auxílio de uma pinça, são fixadas bem próximas à raiz capilar.
Entrelaçamento
As madeixas originais são trançadas no estilo trança nagô. O cabelo tecido é costurado junto à raiz capilar, por causa da tela. É preciso ter, no mínimo, 7 cm de comprimento para entrelaçar o cabelo, que não pode estar sensível ou fraco. A manutenção é feita a cada 30 dias, na qual todo o cabelo trançado é retirado e as tranças, refeitas.
Microtrança francesa
Os fios postiços sãoentrelaçados ao cabelo naturalda cliente, de forma artesanal.
LaserBeamer
Um aparelho a laser em forma de pistola aquece, derrete e funde a queratina sintética da pontinha de cada mecha com a queratina natural do cabelo. A aplicação dura cerca de meia hora, mas o resultado só permanece por seis meses.
Great Lengths
Com uma cola à base de proteínas e queratina, as mechas de cabelo natural são aplicadas uma a uma, a uma distância de 1,5 cm da raiz.
Express Hair
O método utiliza duas máquinas, uma para preparar as mechas e outra para fazer a colocação das extensões artesanalmente.
Microlink
As mechas vêm em anéis revestidos de látex. Com o auxílio de um alicate, o profissional os fixa nos cabelos naturais. Ideal para quem quer exibir mechas com luzes ou de tons diferentes e não quer colorir os fios.
Fonte: cabelos & cia – http://mdemulher.abril.com.br/cabelos/reportagem/segredo-das-estrelas/tipos-mais-comuns-alongamento-cabelo-618505.shtml