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Cabeleireiros: saiba tudo sobre o uso do Formol

Cabelos lisos e fáceis de pentear, sempre arrumados e que não “armem” ao menor sinal de chuva, é o sonho de toda mulher, que deseja estar sempre bela. Para alcançar esse objetivo, as mulheres não medem esforços, muito menos os riscos; porém o sonho pode virar pesadelo. Por isso, todo cuidado é pouco para manter a beleza dos fios sem danificá-los.


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Escova progressiva é um método de alisamento capilar, e atual modismo, como foi a Escova Francesa, o Alisamento Japonês, a Escova Definitiva etc. Os métodos mudam de nome, mas significam a mesma coisa: alisamento de cabelo. Os métodos não são registrados na Anvisa. Os produtos alisantes nestes métodos devem ser registrados e existem diversas marcas e tipos no mercado que atendem a esta exigência.

Esta foi uma das razões que colocou a escova progressiva sob suspeita e contribuiu para que esse tratamento capilar fosse condenado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), por conter formol em concentrações elevadas, que associado com o calor do secador gera vapores de formol altamente penetrantes, causando danos à saúde.

A maioria dos cabeleireiros (e também clientes) desconhece o risco que estão correndo além da possibilidade de haver no salão pessoas com algum tipo de problema, como deficiência respiratória, hipersensibilidade ao formol, olhos que passaram recentemente por cirurgias, entre outros, e que poderão vir a sofrer sérios problemas de saúde ao entrar em contato com esses vapores, inclusive um choque anafilático que pode levar à morte por asfixia.

O formol ou aldeído fórmico, conhecido também como formaldeído, formalina, metanal ou aldeído metílico, solução a 37%, é um composto líquido claro com várias aplicações, sendo usado normalmente como preservativo, desinfetante e anti-séptico. Também é usado para embalsamar peças de cadáveres, mas é útil também na confecção de seda artificial, celulose, tintas e corantes, soluções de uréia, tiouréia, resinas melamínicas, vidros, espelhos e explosivos. O formol também pode ser utilizado para dar firmeza nos tecidos, na confecção de germicidas, fungicidas agrícolas, na confecção de borracha sintética e na coagulação da borracha natural. É empregado no endurecimento de gelatinas, albuminas e caseínas. É também usado na fabricação de drogas e pesticidas.

O formol é um líquido incolor, com cheiro sufocante, miscível em água, acetona, benzeno, clorofórmio, álcool e éter etílico.
Toxicidade:

O formol é tóxico quando ingerido, inalado ou quando entra em contato com a pele, por via intravenosa, intraperitoneal ou subcutânea. Em concentrações de 20 ppm (partes por milhão) no ar causa rapidamente irritação nos olhos. Sob a forma de gás é mais perigoso do que em estado de vapor.

Carcinogenicidade (avaliação do potencial cancerígeno):

Em quatro instituições internacionais de pesquisa foi comprovado o potencial carcinogênico do formaldeído.
Em 1995, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) classificou este composto como sendo carcinogênico para humanos (Grupo 1, julho 2004), tumorogênico (forma tumores), teratogênico por produzir efeitos na mal formação congênita para humanos. Em estudos experimentais, demonstraram ser também para algumas espécies de animais;

Agência de Proteção Ambiental (EPA), dos EUA: O composto foi avaliado pelo grupo de avaliação de carcinogenicidade da ACGIH e foi considerado suspeito de causar câncer em humanos;

Associação de Saúde e Segurança Ocupacional (OSHA), dos EUA: considera que o agente é suspeito de causar câncer para humanos;

O Programa Nacional de Toxicologia dos EUA (Fourth Annual Report on Carcinogens) de 1984 considerou que o formaldeído é um agente cancerígeno nas seguintes doses para ratos: por via oral, 1170 mg/kg/; por via dérmica 350 mg/kg e por via inalatória 15 ppm/6 horas

Sintomas em caso de intoxicação:

A inalação deste composto pode causar irritação nos olhos, nariz, mucosas e trato respiratório superior. Em altas concentrações pode causar bronquite, pneumonia ou laringite.

Os sintomas mais freqüentes no caso de inalação são fortes dores de cabeça, tosse, falta de ar, vertigem, dificuldade para respirar e edema pulmonar. O contato com o vapor ou com a solução pode deixar a pele esbranquiçada, áspera e causar forte sensação de anestesia e necrose na pele superficial. Longos períodos de exposição podem causar dermatite e hipersensibilidade, rachaduras na pele (ressecamento) e ulcerações principalmente entre os dedos; podem ainda causar conjuntivite.

O vapor de formaldeído irrita todas as partes do sistema respiratório superior e também afeta os olhos. A maioria dos indivíduos pode detectar o formol em concentrações tão baixas como 0.5 ppm e, conforme for aumentando a concentração até o atual limite de Exposição Máxima, a irritação se dá mais pronunciada.

A ingestão causa imediata e intensa dor na boca e faringe. Provoca dores abdominais com náuseas, vômito e possível perda de consciência. Outros sintomas como proteinúria (perda de proteínas pela urina), acidose, hematêmese (fezes com sangue), hematúria (urina com sangue), anúria (ausência de urina), vertigem, coma e morte por falência respiratória também podem ser observados. Ocasionalmente pode ocorrer diarréia (com possibilidade de sangue nas fezes), pele pálida, fria e úmida, além de sinais de choque como dificuldade de micção, convulsões, e estupor. A ingestão também pode ocasionar inflamação e ulceração /coagulação com necrose na mucosa gastro-intestinal.

Também podem ser observadas lesões como corrosão no estômago e estrias esofágicas e colapso circulatório e nos rins após a ingestão. A inalação ou aspiração do produto pode provocar severas alterações pulmonares ao entrar em contato com o meio ácido estomacal. Outras conseqüências são danos degenerativos no fígado, rins, coração e cérebro.

Intoxicação aguda:
No estado líquido ou vapor é irritante para pele, olhos e mucosas. Também é um potente irritante do trato respiratório. É absorvido através da pele. Pode causar lacrimejamento.

Recomendações:
A Anvisa regulamenta os produtos cosméticos com o único objetivo de proteger a saúde dos usuários, portanto, até que se prove o contrário, o formol em percentual elevado, acima de 0,2%, não deverá conseguir registro junto ao Ministério da Saúde. Os agentes de saúde não podem ser coniventes com os danos que este produto pode vir a causar em pessoas desavisadas.

Segundo a OSHA, o limite máximo permitido de exposição contínua é de 5 ppm, sendo que, nos casos de pico, a concentração máxima deve ser de 10 ppm. A OSHA classificou o formol como irritante e com potencial cancerígeno. O Criteria Document publicado pelo Instituto Nacional de Saúde e Segurança Ocupacional dos EUA (NIOSH) recomenda que o limite máximo presente no ar seja de 0.1 ppm/15M e o uso de luvas e máscaras durante a manipulação do produto. A máscara deve ter filtro especial para vapores orgânicos.

Informações adicionais:

Sendo um composto com suspeita de causar câncer em humanos, todo cuidado deve ser tomado durante a manipulação do formol. Deve ser estocado em temperatura ambiente, mas não inferior a 15 Co (60 F). Deve ser protegido da luz e hermeticamente fechado para evitar contato com a atmosfera e com a lua. Em caso de derramamento deve-se usar papel absorvente para retirada do líquido. Deve-se retirar toda a roupa contaminada e colocá-la em recipiente adequado para ser descontaminação Caso tenha havido contato com a pele, deve-se lavar a superfície com sabão e água.

O formol também pode deixar os cabelos endurecidos, pois ele solubiliza óleos e, portanto, dissolve o cimento intercelular e a membrana celular que envolve as fibras de queratina tornando-as desprotegidas. A ausência desses componentes oleosos torna os cabelos endurecidos, sem maleabilidade e sem brilho.

Informações técnicas:
– Nome químico: formaldeído a 37%;
– Fórmula química: CH2O;
– Fórmula estrutural: H2C=O;
– Sinônimos: formalina, formol, formalit, ivalon, Karsan, Lysoform, Oxometano, Oximetileno etc.

Aplicações:
Vejamos agora algumas aplicações do formol para que se tenha noção do tamanho da sua toxidade:
– Produção de resinas fenólicas, pós para moldagem de fenólicos, pós para moldagem uréicos, resinas uréicas e espumas isolantes para a indústria plástica e da madeira (madeira aparelhada);
– Preservador na borracha, adesivos gelatinas e sucos;
– Na elaboração de aprestos e como agente redutor na indústria química (por exemplo, na recuperação de ouro e prata);
– Desinfecção nas granjas e nos estabelecimentos para a criação de frangos;
– Elaboração de etilenoglicol, penta-eritritol, hexametilenotetramina, acetaldeído, ésteres da celulose e muitos outros produtos orgânicos;
– Na elaboração de fertilizantes, fluídos para embalsamamento e biocidas;
– Inibidor da corrosão nos poços petrolíferos;
– Reativo para a elaboração de diversos colorantes;
– Ingrediente para tintas de impressão;
– Ingrediente de preparações fungicidas;
– Endurecedor e preservador do couro;
– Na indústria cosmética, como ingrediente de preparações anti-transpirantes e desodorantes;
– Na indústria fotográfica, na composição de reveladores, junto com hidroquinona e como endurecedor de negativos e impressões;
– Acelerador no processo de vulcanização.


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