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Conheça os diferentes tipos de alisantes para cabelos do mercado

Conheça os diferentes tipos de alisantes para cabelos do mercado

Em 2005, o formol foi proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em concentração maior do que 0,2% em produtos cosméticos. “Em maior quantidade, há o risco de problemas à saúde da usuária. Na escova progressiva, quando o formol é aquecido, ele libera um gás que, inalado, pode causar irritação nas vias aéreas superiores e nos olhos”, explica o dermatologista e tricologista Valcinir Bedin, diretor do Centro Integrado de Prevenção do Envelhecimento (Cipe), em São Paulo, e presidente da Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC).


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Infelizmente, nem todo mundo segue a lei à risca. Há cabeleireiros que, inclusive, chegam até hoje a colocar formol puro em produtos, o que é proibido pela Anvisa. Os mais conscientes, porém, aliados à indústria cosmética, partiram em busca de novas soluções. Hoje, existem no mercado outros tipos de alisantes e técnicas mais seguras (e lícitas) que oferecem bons resultados para os fios – já que os tratam enquanto modificam sua estrutura.

Para Alessandra Meller, educadora da Wella Professionals, o melhor tipo que há no mercado é aquele à base de tioglicolato de amônia. “A substância permite obter visuais dos mais naturais aos mais lisos, além de possibilitar a coloração após um tempo. Acaba sendo mais versátil”, diz. Thiago D’Jesus, hairstylist do salão paulistano (L)oft, gosta de usar o sistema Wellastrate, à base de amônia. “É um creme alisante que modifica a estrutura do fio sem evaporar as proteínas, com isso, a oxidação é menor”, afirma.

O hairstylist Silvio Amaral, do salão Portal da Beleza, em São José do Rio Preto (SP), é adepto da amônia e também sugere a guanidina. “Elas permitem fazer o teste de mecha e avaliar o tempo necessário no fio para descobrir como obter o alisamento perfeito. A guanidina, aliás, é ótima para cabelos afros, pois alisa perfeitamente e deixa o aspecto natural”, conta.

Cuidados essenciais

Segundo a terapeuta capilar Sheila Bellotti, do Rio de Janeiro, antes de usar o produto é importante ler atentamente as instruções – principalmente as que se referem ao tempo de permanência do ativo no cabelo – e advertências que constam na embalagem. “Além do teste de mecha, de preferência na região occipital (abaixo da nuca, perto do pescoço), é importante verificar a resistência da fibra após o enxágue”, aconselha Sheila, que lembra ainda que os grandes fabricantes de cosméticos para alisamento dispõem de profissionais especializados que ensinam tudo sobre o produto.

O que diz a lei sobre o formol

Segundo a legislação da Anvisa, o uso do formol em produtos capilares não é permitido para alisamento. A única função liberada nesse tipo de substância é a de conservar a fórmula, podendo estar presente até a concentração máxima de 0,2%. Matérias-primas “derivadas” do formol com função de alisamento também não são permitidas. Juntar formol ou qualquer substância a produto acabado é crime hediondo. O estabelecimento que adota essa prática fica sujeito às sanções administrativas, cíveis e penais cabíveis. O uso de glutaraldeído, outra substância conservante, é permitida na concentração máxima de 0,1%.

Segundo o tricologista Ademir Jr., membro da International Association of Trichologists (IAT), embora os fabricantes assegurem que o produto pode ser usado em qualquer tipo de cabelo, cabe ao profissional fazer uma análise minuciosa dos fios da cliente antes de partir para a química. “Não se deve aplicar alisante em cabelo que já apresenta dano ou fragilidade e naquele que, por natureza, quando avaliado, for fino demais e frágil em demasia”, destaca. Isso porque as químicas de redução de volume rompem as ligações e provocam mais fragilidade nas fibras, podendo levar à quebra. Quem apresenta queda ou alopecia deve primeiro tratar o problema. E alguns cabelos já alisados podem apresentar incompatibilidade com novas químicas.

Depois disso, é preciso desenvolver habilidade de leitura e diagnóstico para orientar os tipos específicos de alisantes para cada tipo de cabelo, de acordo com Celso Martins Junior, diretor técnico da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC). “Geralmente, os mais crespos combinam com os alisantes com hidróxido de sódio ou de guanidina, e os de raiz lisa do tipo caucasiano são orientados para tioglicolato de amônia”, explica Celso, que não recomenda alisamento para cabelos que sofreram um clareamento alto. Em geral, o intervalo entre uma sessão de alisamento e outra deve ser de 90 dias, em média, mas pode variar de acordo com o tipo e a textura dos fios. “Cuidados com produtos específicos em casa e no salão ajudam a prolongar o efeito e a manter as madeixas sempre brilhantes, fortes e saudáveis”, conta Silvio Amaral.

Sinal verde

A Anvisa libera alisantes à base de tioglicolato de amônia, hidróxido de sódio, hidróxido de potássio, hidróxido de cálcio, hidróxido de lítio e hidróxido de guanidina. Segundo Celso Martins Junior, da Associação Brasileira de Cosmetologia, essas substâncias são, além de permitidas, reguladas quanto à porcentagem de adição no produto e atuam em faixas de pH específicas. “Foram exaustivamente testadas e, diante dos critérios de segurança estabelecidos, são seguras quando bem manipuladas”, declara. O tricologista Valcinir Bedin completa que elas não liberam gases e têm a mesma forma de agir, que consiste na desestruturação das “pontes de enxofre”, estruturas que mantêm o fio na forma natural. “Depois de quebradas essas pontes, coloca-se o fio na posição que se quer e se fecha a cutícula”, conta o expert.

Sinal vermelho

A Anvisa recomenda – e os especialistas endossam – que grávidas não devem se submeter a alisamentos capilares. Isso porque a pele da gestante fica mais sensível em virtude das mudanças metabólicas e hormonais, o que aumenta o risco de alergia. E há também o perigo de que algum ativo de produtos químicos seja absorvido e chegue à circulação, podendo causar danos ao desenvolvimento fetal. Segundo Ademir Jr., crianças também precisam evitar alisamentos por causa da imaturidade anatômica da fibra capilar e da maior sensibilidade da pele aos agentes químicos. “Quanto mais cedo uma menina começar a utilizar esses processos químicos, mais precocemente ficará dependente deles, o que acarretará a fragilidade das fibras, além da exposição a riscos desnecessários”, diz Sheila Bellotti.

Quem é quem

» Mais usado, o tioglicolato de amônia é um alisante moderado, eficaz e menos agressivo que os que levam sais metálicos, como sódio ou potássio. Pode, inclusive, ser adotado em cabelos coloridos, com mechas ou luzes, mas não é compatível com alisamentos com guanidina e sódio.

» O hidróxido de sódio é a conhecida soda cáustica, um agente mais agressivo que pode até causar queimaduras no couro cabeludo e na córnea. Se aplicado com segurança, não oferece riscos. Mas é recomendado para cabelos virgens, por apresentar incompatibilidade com outras químicas, e seu resultado é bem rápido.

» O hidróxido de lítio tem ação semelhante ao do sódio, porém mais lenta e suave. Por causa disso, em vez de alisar completamente é mais indicado para ajudar a relaxar e a diminuir o volume, inclusive de fios coloridos.

» O hidróxido de guanidina consiste na mistura de hidróxido de cálcio com carbonato de guanidina e costuma ser indicado principalmente para mudar a estrutura de fios muito crespos ou étnicos – cabelos com reflexos não são compatíveis com hidróxidos. E, embora aprovado pela Anvisa, o hidróxido de potássio irrita facilmente o couro cabeludo, não podendo ter nenhum tipo de contato com a pele. Qualquer pausa superior à indicada pode resultar em queda imediata dos fios.

Fonte: Cabelos e Cia


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